Quatro magníficos lutam pelo título mundial de andebol

França, Alemanha, Espanha e Croácia são as quatro selecções que esta tarde vão disputar os dois lugares reservados aos finalistas do Campeonato do Mundo de andebol, que amanhã termina em Lisboa.

Com o torneio na recta final, os espectadores que se deslocarem ao Pavilhão Atlântico vão poder assistir a uma autêntica final antecipada entre França e Alemanha, respectivamente, campeão mundial e vice-campeão europeu, as duas equipas que mais impressionaram na dura caminhada até Lisboa. Na segunda meia-final do dia, a Espanha seria em condições normais a favorita, mas a juventude da Croácia provou já que pode superar qualquer oposição.

A selecção gaulesa, que atropelou autenticamente a Suécia na segunda fase, não tem segredos. Uma defesa de betão armada à volta do gigante Didier Dinart e com Jackson Richardson como homem avançado, um papel onde continua a ser de longe o melhor do mundo. "Black Jack" comanda também o ataque, no qual abunda a criatividade e todos rematam com eficácia. De resto, o factor que poderá fazer a diferença é a superior qualidade do banco francês em relação ao alemão. "Penso que temos a equipa mais forte dos últimos anos e estamos prontos para ir à final. A defesa tem de estar perfeita e o jogo ser muito rápido, pois esse ritmo interessa-nos", referiu o seleccionador francês, Claude Onesta.

Do lado alemão, confia-se bastante no pivot Schwarzer, no central Baur e nos pontas Kretzchmar e Khermann, mas mais ainda na capacidade de superação que a equipa vem demonstrando nos momentos apertados dos encontros. Não se sabe é se Stephan, que ficou de fora do Mundial por lesão, fará agora falta à Alemanha. Ainda por cima, Volker Zerbe partiu um dedo no treino de ontem e também não deverá jogar.

Heiner Brand, o técnico da Alemanha, conjunto que nos 31 confrontos anteriores com a França perdeu 12 vezes e ganhou somente cinco, está, mesmo assim, confiante: "Admito que a França está ofensivamente mais forte, mas temos argumentos suficientes para derrotar qualquer equipa."

Espanha contra a maldição

Se na primeira meia-final há um total de quatro títulos mundiais - mais recentes os franceses (95 e 2001) do que os alemães (38 e 78) -, na segunda assistir-se-á a uma feroz tentativa de escapar à tradição. Nunca, nas 17 edições anteriores da prova, Espanha e Croácia conseguiram a medalha de ouro. No caso espanhol, o caso é mesmo mais grave, pois somam vários postos entre o quarto e o sétimo lugar, mas nenhuma medalha, enquanto os croatas foram segundos em 1995.

Os espanhóis, que chegam a Lisboa como a única equipa que triunfou nos sete jogos prévios, baseiam o seu jogo no talento de Duijshebaev e Entrerrios, as "estrelas" maiores de uma grande constelação, e nas defesas de Barrufet. A surpreendente Croácia, o único conjunto que bateu a França, junta a experiência de Goluza, um dos campeões olímpicos de Atlanta, a jovens talentosos como o central Balic ou o lateral Metlicic.

O historial entre as duas selecções pende para o lado espanhol, com quatro vitórias, mas os dois triunfos croatas surgiram precisamente nos últimos embates, um dos quais durante o França'2001.

Da parte da manhã, Jugoslávia, Hungria, Islândia e Rússia vão disputar os jogos de classificação, nesta edição com importância redobrada, devido ao facto dos sete primeiros do torneio terem lugar assegurado nos Jogos Olímpicos de Atenas, o que significa que uma equipa deste quarteto "morrerá" na praia.

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