IndieLisboa reforçado para 2009

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250 filmes, "noventa por cento inéditos" e com vinte portugueses, no sexto IndieLisboa entre 23 de Abril e 3 de Maio - uma edição com mais filmes, mais sessões e mais salas.

É uma "edição reforçada", nas palavras da equipa do IndieLisboa 2009. Esta manhã, os directores e programadores Miguel Valverde, Nuno Sena e Rui Pereira desvendam em conferência de imprensa os segredos da sexta edição do Festival de Cinema Independente de Lisboa, a decorrer de 23 de Abril a 3 de Maio próximos. E é uma edição reforçada, segundo os três directores, porque há mais filmes para ver - 250 entre curtas e longas-metragens, "noventa por cento dos quais inéditos em Portugal" - exibidos em mais sessões em mais salas de Lisboa. Ao Fórum Lisboa e aos cinemas São Jorge (três salas) e Londres (duas salas) juntam-se este ano dois dos quatro ecrãs do Cinema City Classic Alvalade e o auditório do Museu do Oriente.

Doze primeiras e segundas obras de todo o mundo estarão na Competição Internacional de longas-metragens (cujo júri será presidido pelo ex-director do festival de Veneza, Marco Müller), entre as quais uma de vinte estreias portuguesas, Águas Mil, segunda ficção de Ivo Ferreira após Em Volta. Há ainda mais três longas nas secções paralelas - o documentário de Margarida Leitão Muitos Dias Tem o Mês e os "filmes-ensaio" de Manuel Mozos, Ruínas, e João Rosas, Birth of a City - e nada menos de quinze curtas nacionais a concurso, entre as quais as novas obras de José Miguel Ribeiro, Pedro Caldas e do ex-Herói Independente Edgar Pêra.

O Indie recebe também a ante-estreia do novo Manoel de Oliveira, Singularidades de uma Rapariga Loura - porque, nas palavras de Nuno Sena, "é um filme que nos parece trazer uma nova frescura ao seu cinema, e porque gostávamos que o público do Indie gostasse deste filme de Oliveira".

Homenageia como Heróis Independentes, com retrospectivas abrangentes, o confidencial francês Jacques Nolot (que estará presente com os filmes que dirigiu mas também com obras onde participou como actor ou argumentista) e o iconoclasta alemão Werner Herzog, autor de Aguirre ou Fitzcarraldo (acompanhada por uma exposição de fotografias de rodagem no espaço BES/Arte e Finança e pela tradução em português do livro de Grazia Paganelli sobre o realizador, Sinais de Vida).

Mostra, no Observatório, os mais recentes filmes de cineastas consagrados como François Ozon (Ricky), Christophe Honoré (La Belle personne, adaptação da Princesa de Clèves), Jean-Claude Brisseau (À l'Aventure), Terence Davies (o documentário sobre Liverpool Of Time and the City) ou James Toback (o documentário sobre o pugilista Mike Tyson).
É aqui que começam as novidades - até aqui o Observatório tanto exibia os mais recentes filmes de autores consagrados como mostrava terceiras ou quartas obras de jovens realizadores. Este ano, os jovens cineastas fora de concurso têm direito a uma secção própria, Cinema Emergente, onde vamos poder ver a "guarda avançada" do novo cinema mundial: o francês Rabah Ameur-Zaimeche (Dernier Maquis), o filipino Brillante Mendoza (Serbis), o romeno Radu Muntean (Boogie), o chileno Pablo Larrain (Tony Manero) ou o francês Samuel Collardey (L'Apprenti), alguns dos quais viram curtas premiadas em edições anteriores do festival.

Estado do mundo

A outra novidade do Indie 2009 é a secção Pulsar do Mundo, que, como o nome indica, apresenta filmes que reflectem o estado do mundo mas que não se encaixam no tradicional documentário de investigação. Para Nuno Sena, trata-se de "gestos cinematográficos fortes", dispersos pelas várias secções do certame e reunidos sob uma sinalização específica para "os ajudar a encontrar o seu público". Ambas as secções "absorvem" a programação do Laboratório, que se dedicava a mostrar filmes formalmente mais radicais e que, demasiado "guetificada", deixa de existir.

Continuam o IndieMusic (documentários sobre música), a secção de filmes sobre o cinema Director's Cut (este ano com um subtexto relacionado com a importância da crítica cinematográfica) e, sobretudo, o Indie Junior. A secção de filmes para crianças e adolescentes, de novo supervisionada por Possidónio Cachapa, tem vindo a crescer, representando já um quarto dos espectadores anuais do festival, e este ano vai ter mais filmes, mais longas-metragens e mais filmes-concerto.
250 filmes para ver ao longo de dez dias numa edição que a equipa directorial define como "mais afinada e mais consistente" que as edições anteriores e para a qual espera igualar ou superar os 36.500 espectadores que assistiram ao festival em 2008. Mesmo em plena recessão? "Se não acreditássemos que sim, não podíamos estar tão optimistas."

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