Tate Modern inaugura espaço no subsolo para a “arte do século XXI”

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O novo espaço será dedicado à performance e à instalação audiovisual Reuters

A Tate Modern, em Londres, inaugura quarta-feira um piso subterrâneo, que foi em tempos a sala dos tanques a óleo que alimentavam a central eléctrica hoje ocupada pelas galerias expositivas.

A sala é dedicada às artes performativas e à instalação audiovisual, que até agora não tinham um espaço específico no museu.
 
Para Nicholas Serota, director da Tate Gallery, que integra a Tate Modern, a Tate Britain, a Tate Liverpool e a Tate St. Ives, a inauguração deste espaço marca um novo capítulo na forma como a arte contemporânea é vista, estudada e experienciada pelo público. 

“Somos o primeiro museu do mundo a ter um espaço dedicado em exclusivo e de forma permanente para mostrar este tipo de arte, que queremos elevar à mesma categoria da pintura ou da escultura, que também se exibe aqui na Tate”, disse na conferencia de imprensa de apresentação do espaço, citado pelo The Guardian, explicando que naquele espaço serão expostos os trabalhos tradicionalmente vistos como alternativos. “É um espaço sem par, habilitado pela primeira vez para acolher arte do século XXI.”

Para o director da Tate Modern, Chris Dercon, os Tanques [nome pelo qual o novo espaço ficará conhecido], constituídos por três espaços circulares de cimento com 30 metros de diâmetro e sete de altura, mais duas sala adjacentes, é o passo natural para o museu londrino. “As pessoas cada vez querem mais ver instalações interactivas e sobretudo dança e performance, expressões artísticas tangíveis e concretas”, defendeu Dercon.

Este é o primeiro passo das grandes obras de ampliação que vão permitir à Tate Modern crescer 60% em tamanho e ir ainda mais longe na relação com os seus públicos e no que tem para lhes oferecer.

A sala, que foi apresentada na segunda-feira, vai abrir ao público já esta quarta-feira, com uma instalação audiovisual do artista sul-coreano Sung Hwan Kim e vão ser ainda expostas pela primeira vez as obras adquiridas pela Tate Modern nos últimos meses. Amanhã também arranca um festival de 15 semanas, que termina a 28 Outubro, como parte da programação paralela aos Jogos Olímpicos.

A programação das 15 semanas ainda não está completa, mas sabe-se já que serão mais de 40 os artistas envolvidos no projecto. A coreógrafa belga Anne Teresa De Keersmaeker e Tania Bruguera, Eddie Peake, Aldo Tambellini e Jeff Keen são alguns dos nomes já confirmados e que, além de apresentarem alguns dos seus trabalhos já conhecidos, vão desenvolver novos projectos com o público, estando ainda prevista a realização de seminários e workshops.

As obras de ampliação, que deverão terminar em Dezembro de 2016, vão custar 215 milhões de libras (cerca de 264 milhões de euros). Cerca de 75% dos custos foram angariados pela própria instituição. O governo britânico deu 50 milhões de libras (61,4 milhões de euros). A dupla de arquitectos Herzog e Meuron é a responsável pelo projecto de ampliação, depois de terem também assinado o projecto original da Tate Modern. 

Construída em 2000 para receber até dois milhões de visitantes por ano, hoje a Tate Modern recebe mais de cinco milhões. 
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