Os livros que os pais americanos não querem que os filhos leiam

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O facto das crianças terem acesso às 50 sombras de Grey, por exemplo, está a provocar o debate no Estado norte-americano de Delaware

Um challenged book é aquele que “foi alvo de uma reclamação escrita formal numa biblioteca ou escola pedindo que o livro seja retirado por ter conteúdos inapropriados”. A definição é da American Library Association (ALA), que todos os anos publica a lista dos 10 livros que são objectos de queixas, por parte de cidadãos americanos, para que sejam retirados das prateleiras ou interditos às crianças. Em tempos, pais e educadores quiseram banir das leituras dos filhos Mark Twain ou Harper Lee. Em 2013, estão títulos como a série de livros do Capitão Cuecas, de Dav Pilkey (em primeiro lugar), As 50 sombras de Grey, de EL James (em quarto) ou a triologia de Suzanne Collins Jogos da Fome (em quinto). Não há notícia de que algum desses títulos seja interdito, o que não agrada a pais e educadores - o facto das crianças terem acesso às 50 sombras de Grey está agora a provocar o debate no Estado de Delaware: devem ou não decidir o que os filhos podem ou não aprender nas escolas? E entre os autores que mereceram o pedido de censura está, por exemplo, Toni Morrison, Nobel em 1993. Aparece em segundo lugar na lista por causa de The Bluest Eye, que segundo uma das reclamações é “prejudicial para os menores”, como provado “pela ciência médica e social”. Segundo a mesma queixa, o livro falha por “não condenar inequivocamente a violação, o incesto, a pedofilia e outros actos repulsivos”. As queixas têm vindo a diminuir desde os anos 1980 e 1990, quando se registaram os números mais elevados. De 2012 para 2013, diminuiram de 464 para 307. No entanto, diz a directora do Gabinete da Liberdade Intelectual da ALA, Barbara Jones, isso não deve descansar-nos. “A remoção de um só livro impede o livre acesso à informação de centenas”. 

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