Tim Burton nunca gostou de nenhum filme da Alice no País das Maravilhas

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Ao terceiro "poster", finalmente, Johnny Depp. "Alice no País das Maravilhas", a extravagância de Tim Burton sobre as obras de Lewis Carroll, estreia-se a 5 de Março de 2010, foi rodado em 3-D e pela sétima vez conta com o actor no papel principal. Mas como: o Mad Hatter [Chapeleiro Louco] é a personagem principal?

Burton decidiu lançar-se nas aventuras de Alice porque nunca gostou de nenhum dos filmes baseados no conto infantil. Sempre achou que a personagem do título era demasiado passiva - "Era uma menina a passear que encontrava uma personagem maluca a seguir a outra personagem maluca", criticou.

O "trailer" já divulgado mostra tudo o que sabemos da história, um presente de Lewis Carroll (pseudónimo do reverendo Charles Lutwidge Dodgson) às três irmãs Lidell: lá está Alice a deslizar pela toca do Coelho, a beber a poção que a encolhe para que possa abrir a porta e entrar no País das Maravilhas...

Contudo, a Alice de Burton (a australiana Mia Wasikowska) está a fazer isso tudo pela segunda vez. Ela não se lembra, mas já antes visitou o País das Maravilhas, todos lá se lembram dela. Porque será que decidiu voltar, quando fugia da festa onde seria anunciado o seu noivado?

Na economia do filme há outras "transgressões" - a maior dos quais, o protagonismo do Chapeleiro Louco -, mas quem conhece a história de Carroll, publicada pela primeira vez em 1865, reconhecerá a narrativa.

As duas rainhas, uma branca e outra vermelha, uma boa e outra má, são interpretadas respectivamente por Anne Hathaway e Helena Bonham Carter (pela sexta vez num filme realizado pelo companheiro e pai dos seus filhos), e foram apresentadas no primeiro "poster" de promoção - juntamente com Tweedledee e Tweedledum, o gato Cheshire (Stephen Fry).

Alice surgiu no segundo, caminhando por uma floresta mágica ao lado do Coelho branco (Michael Sheen) que vigia o relógio e mantém a pontualidade no País das Maravilhas. O terceiro é todo de Depp, que um crítico britânico descreve como uma versão de Adam Ant com toque de Ronald McDonald, caminhando rumo a uma floresta de cogumelos gigantes, sob o olhar da minhoca (Alan Rickman), com um castelo do tipo Disney em pano de fundo.

Quem se lembra dos desenhos de John Tenniel que ilustraram a edição original do livro não ficará desiludido com a arte de Burton: é igualmente gótica e onírica, mas agora numa paleta de cores tão saturadas que são impossíveis de contar. Burton, o desenhador compulsivo, gosta de trabalhar com a tecnologia. "Eu quis fazer a Alice em 3-D porque sempre pensei na Alice como a total mistura de todos os meios. É o material certo, permite-nos entrar ainda mais nesse mundo, mas sem nos dar uma terrível dor de cabeça", explica.

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