Millennium

Ponto bom: Lisbeth Salander, a hacker ciber-gótico-psicótica criada pelo falecido escritor sueco Stieg Larsson, é uma invenção de génio e o que a actriz Noomi Rapace faz com ela é daquelas interpretações que fazem uma carreira.


Ponto menos bom, mas ainda assim a favor: na linhagem dos thrillers de aeroporto, entre o "Código Da Vinci" e seus sucedâneos e esta adaptação do primeiro dos três livros da série "Millennium", preferimos francamente o filme escandinavo. Tem a grande vantagem de chamar os bois pelos nomes (quando é para ser chocante, violento ou provocador, não anda com rodriguinhos, não se esconde, é mesmo brutal - e num filme onde o abuso sexual e a misoginia são temas importantes, é dizer qualquer coisa que Niels Arden Oplev não elida a violência) e tem um cuidado de produção e um "savoir-faire" clássico que anda a faltar a muito "blockbuster" americano.

Ponto mau: apesar de tudo, "Os Homens que Odeiam as Mulheres" não consegue nunca evitar ser um compacto apressado de uma narrativa que precisaria de mais tempo para fazer sentido, e trai a espaços a sua vocação bígama (filme-evento montado para estreia em sala a partir de material pensado como dois telefilmes). O que nem é tão grave como poderia ser: há Lisbeth/Noomi, e isso ajuda imenso (mesmo que o final seja completamente colado com cuspo)...

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