Rio 2

Há três anos, o primeiro Rio era uma delícia de animação bem-humorada com uma estimável mensagem ecológica, à volta das aventuras resultantes do “choque cultural” entre um ararinha-azul habituado aos confortos humanos e a última fêmea da sua espécie. O sucesso tornou-se na “equivalência” dos estúdios Blue Sky (autores de A Idade do Gelo) ao exotismo de Madagáscar, e a sequela tornou-se obrigatória. Nesta nova aventura, o casal formado por Blu e Jewel parte para a Amazónia (com os garotos atrás) em busca do que pode ser a última colónia ainda existente de ararinhas-azuis. Volta a haver mais um par de números musicais assombrosos em modo Busby Berkeley-encontra-Escola-de-Samba, a pérfida cacatua britânica Nigel regressa como vilão (agora acompanhada por uma maravilhosa rã venenosa que rouba o filme sempre que aparece), mas a coisa perde o gás a meio caminho, descambando para uma versão exótica mas previsível de Um Sogro do Pior. E, mesmo apesar do humor continuar inspirado (ai aquela versão dos Ídolos na selva...), falta-lhe inevitavelmente a frescura do original - o que não invalida estar aqui o antídoto bem disposto à avalanche de filmes sisudos que por aí têm aparecido. Aviso: infelizmente, e como começa a ser hábito, Rio 2 estreia dobrado em português, pelo que aqueles que querem aceder à versão original, com as vozes de Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Jemaine Clement e, sobretudo, Kristin Chenoweth na rã venenosa, terão de esperar pelo DVD.

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