Casa Branca: decisão da Coreia do Norte é preocupante para a comunidade internacional

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A Coreia do Norte rejeitou a exigência da AIEA de fazer regressar os inspectores de desarmamento ao país Sergei Chirikov/EPA (arquivo)

A Casa Branca considera que a decisão da Coreia do Norte de abandonar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear é "uma preocupação para toda a comunidade internacional". Os EUA vão tentar encontrar uma solução pacífica para a questão.

O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, adiantou que o Presidente norte-americano, George W. Bush, encontrou-se hoje com o seu homólogo chinês, Jiang Zemin, que o pôs ao corrente dos desenvolvimentos da decisão norte-coreana.

Sublinhando que o anúncio norte-coreano não foi uma surpresa total, Ari Fleischer garantiu que Washington "não tem intenções hostis" contra Pyongyang e que deseja "uma solução pacífica e multilateral".

Jiang Zemin juntou-se à preocupação de Bush, instando também a Coreia do Norte a mudar a sua decisão. "O Presidente Jiang reiterou o compromisso da China com uma Península Coreana desnuclearizada. Os dois Presidentes concordaram em continuar a trabalhar juntos para garantir a paz e estabilidade" no local", avançou o porta-voz.

Também a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), organismo das Nações Unidas que vigia os programas nucleares, apelou à Coreia do Norte para rever a sua decisão de abandonar o tratado e considerou que "ainda há espaço para a diplomacia". Simultaneamente ao anúncio de retirada do tratado, Pyongyang comunicou que deixaria de cumprir as exigências da AIEA, nomeadamente no que diz respeito ao regresso dos inspectores ao país e a recolocação das câmaras de vigilância do organismo na planta nuclear de Yongbyon.

"A decisão da Coreia do Norte constitui uma ameaça para a paz internacional e para a segurança (...) na Península Coreana", declarou o porta-voz da agência, Mark Gwozdecky.

Segundo a estratégia norte-americana, a Coreia do Norte integra um "eixo do mal", juntamente com o Irão e o Iraque.

Entretanto, o embaixador da Coreia do Norte na ONU, Pak Gil Yon, agendou uma rara conferência de imprensa para hoje, às 16h00 (hora de Lisboa), com o objectivo de explicar aos jornalistas a decisão de Pyongyang.

A Coreia do Norte justificou o abandono do tratado com o facto de precisar de energia nuclear para gerar electricidade, garantindo que não tenciona desenvolver armas nucleares.

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