Ferro Rodrigues: atitude do Governo no caso do metro é um ataque pessoal

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PS acusa Governo de deslealdade política na gestão deste caso Andre Kosters/Lusa

O secretário-geral do PS afirmou hoje que a decisão do Governo de não divulgar um parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República (PGR) que o iliba de responsabilidades no acidente do metropolitano do Terreiro do Paço, revelada hoje pelo PÚBLICO, é uma tentativa de ataque pessoal.

O parecer da PGR, aprovado no dia 18 de Dezembro, contraria as conclusões da comissão de inquérito parlamentar ao acidente no metropolitano. Segundo as conclusões da comissão de inquérito, Ferro Rodrigues prejudicou o erário público ao autorizar que o Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa tivesse chegado a acordo com o consórcio construtor da estação de metro do Terreiro do Paço.

Socialistas acusam Governo de deslealdade política

O PS já veio a público acusar o Governo de deslealdade política na gestão deste caso. António Costa, líder do grupo parlamentar, ouvido pela TSF, não poupa críticas à actuação do Executivo: "Trata-se de um escândalo, de uma gravísisma deslealdade na vida política, uma tentativa de o Governo procurar atingir o bom nome e a consideração do dr. Ferro Rodrigues, que exige que o Governo, hoje de manhã, na Assembleia da República, apresente de imediato o parecer, tanto mais que hoje vai estar em discussão um relatório fabricado pela maioria na comissão de inquérito que controlou".

Na opinião de António Costa a vida política portuguesa sofre com este caso "uma mancha grave". "O Governo tinha este parecer em seu poder desde Dezembro. Escondeu-o, sonegou esta informação à opinião pública, sonegou esta informação à Assembleia da República, de forma a dar espaço ao PSD e ao CDS para prosseguirem na Assembleia da República uma campanha de ataque pessoal inqualificável ao dr. Ferro Rodrigues", afirmou.

Maioria recusa acusações

Uma fonte do Governo, não identificada pela TSF, recusa as acusações feitas por António Costa explicando que o ministro pediu esclarecimentos adicionais ao parecer da PGR e que esses esclarecimentos só deram entrada no Ministério das Obras Públicas no dia 6 de Fevereiro.

Guilherme Silva, líder do grupo parlamentar do PSD, vai mais longe e afirma mesmo que "o parecer da Procuradoria-Geral da República viola o acórdão do Supremo Tribunal Administrativo".

Por seu lado, António Pires de Lima, porta-voz do CDS/PP, afirmou que não tem conhecimento de que alguém do seu partido tenha lido o parecer da Procuradoria-Geral da República. Pires de Lima sublinha ainda que "é importante desdramatizar" o assunto porque o parecer da PGR "só conheceu a sua versão final no dia 6 de Fevereiro".

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