Porto: Praça Carlos Alberto entra em obras na próxima semana

Após adiamentos sucessivos, as obras de reconstrução da Praça Carlos Alberto, no Porto, começam na próxima semana.

A reposição da praça no seu desenho original vai custar cerca de 900 mil euros (180 mil contos) e será executada pela concessionária do parque de estacionamento subterrâneo aí existente, Spel (Grupo Sonae), desconhecendo-se ainda quanto tempo demorará a obra.
A Praça Carlos Alberto está "esventrada" há mais de três anos, primeiro devido à construção do parque de estacionamento subterrâneo e depois em resultado de divergências entre a Câmara do Porto e a Porto 2001, SA sobre a responsabilidade da execução da cobertura do parque.

Contratualmente, a Spel deveria repor a praça tal como estava quando começou a construir o parque de estacionamento, há três anos, mas entretanto aquela área foi incluída no programa de requalificação urbana da "baixa" desenvolvido pela Porto 2001.

Para respeitar o projecto que a Porto 2001 tinha para a Praça Carlos Alberto, a Spel viu-se obrigada a rebaixar o parque de estacionamento, processo que atrasou esta obra e inviabilizou a renovação da praça ainda pela sociedade promotora da Capital Europeia da Cultura (extinta em 30 de Junho de 2002).
O novo executivo camarário saído das eleições autárquicas de Dezembro de 2001 contestou a opção da Porto 2001 e defendeu a reposição da praça tal como ela era antes do rebaixamento, mas não tinha dinheiro para a obra.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, tentou ainda transferir para a Praça Carlos Alberto a verba reservada para a ponte pedonal dos "Caminhos do Romântico", mas acabou por desistir, por o processo ser demasiado moroso.

Em Janeiro, Rui Rio apresentou publicamente a solução financeira para a reconstrução da praça, que irá recuperar o mesmo desenho da placa central e da calçada, as mesmas zonas ajardinadas e o monumento aos mortos da Grande Guerra.

Pela execução da obra, a Câmara do Porto atribuiu à Spel 530 mil euros (106 mil contos) e um prolongamento de 10 anos (de 2012 para 2022) do prazo de concessão dos parques de estacionamento das praças de Lisboa, Carlos Alberto e "Leões" e do Campo Mártires da Pátria.

A escritura entre a Câmara do Porto e a Spel só foi formalizada em Janeiro já com as alterações introduzidas por Rui Rio, que teve em conta os compromissos assumidos pela autarquia durante todo o processo e o "grande prejuízo para a cidade" que constituiu a não execução da obra pela Porto 2001.

A Câmara do Porto vai debater hoje na sua reunião semanal uma proposta de desistência da expropriação das parcelas necessárias à construção da ponte pedonal dos "Caminhos do Romântico", obra que esteve envolvida na tentativa de transferência de verbas para a Praça Carlos Alberto.

Fonte da autarquia afirmou à Lusa que esta desistência significa que a ponte pedonal sobre a Rua D. Pedro V já não vai ser construída, "de certeza, no actual mandato", mas nada impede que o projecto venha a ser retomado mais tarde.

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